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quinta-feira, 5 de julho de 2007

AS RIQUEZAS NATURAIS DE GURUPI


Foto: Cláudio Roberto

Está sendo elaborado o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Gurupi, em cumprimento ao que determina o Estatuto da Cidade. O Plano tem na coordenação geral o Chefe de Gabinete da Prefeitura, o administrador Divino Allan, e na coordenação técnica a professora mestre Ivany Coeli Leal Coragem.
Os trabalhos das equipes técnicas que estão levantando os dados do município de Gurupi para auxiliar na formatação do Ante-Projeto de Lei do Plano estão revelando uma Gurupi diversificada e cheia de surpresas.

Depois desta etapa de levantamentos de informações serão elaboradas oficinas e audiências públicas, previstas para serem realizadas a partir deste mês.

Neste ensaio iremos abordar o trabalho da equipe responsável pelos aspectos históricos, culturais, artísticos, paisagísticos, arqueológicos e turísticos do município. O tema é o potencial turístico. Naturalmente estamos pinçando os potenciais de mais destaque, que estão sendo catalogados para que você possa conhecê-los e até explorá-los futuramente.Gurupi possui tesouros naturais desconhecidos de grande parte da população.

A EQUIPE
A equipe de trabalho temático do Plano Diretor que está fazendo o levantamento dos recursos turísticos, patrimônio histórico e cultural vem descobrindo uma riqueza enorme que poderá oferecer à comunidade e visitantes uma variedade de opções de lazer e cultura.
O levantamento está sendo realizado sob o comando da professora universitária Lucirez Amaral, que é a atual presidente da Fundação Cultural de Gurupi, professores universitários Joel Pinho, Carmem Leal, Paulo Albuquerque e Maria Otília. Após minuciosa pesquisa de campo eles estão registrando e fazendo o estudo de cada localidade para posteriormente ser objeto de detalhamento no Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Gurupi.

O OBJETIVO
É claro que estas riquezas em sua maior parte permanecem intactas e ainda sem uma política de exploração sustentável, de maneira que possam render divisas para o município. A partir da radiografia que está sendo realizada ficará mais fácil traçar um planejamento para estabelecer uma política de exploração turística e assim poder firmar Gurupi neste mercado, que hoje é uma das principais alavancas de atração de capital. Mas enquanto os trabalhos continuam, vamos traçar uma radiografia do que está sendo descoberto e levantado em nosso território.
Vale a pena conhecer de perto e descobrir nosso município, afinal, moramos aqui e pouco conhecemos destas riquezas naturais.

GURUPI: PARAÍSO DAS ÁGUAS

Ao se dirigir para o sul da cidade a equipe se deparou com uma imensa e bela represa formada pelo córrego Água Franca, que foi por alguns anos o reservatório que abastecia Gurupi com água tratada. Após a mudança para outro reservatório o lago ficou praticamente abandonado, e hoje serve para atender algumas pessoas que se banham em suas águas para amenizar o forte calor. É um lugar muito bonito. Possui cerca de 30 hectares de lago, faz divisa com a BR-153 e se localiza entre os setores Jardins das Bandeiras e Valdir Lins e está situado quase que totalmente em área urbana.

Segundo informações da Prefeitura, existe um estudo para transformar o local no Parque da Cidade, com pista de caminhada, piscinas e bosque para que a comunidade possa ter um lugar aprazível à prática de esportes e lazer. Faça um teste, dê uma caminhada até o local para comprovar a beleza.

A equipe técnica também percorreu o córrego Pouso do Meio e verificou que apesar da degradação em grande parte de seu trecho, há uma intensa riqueza e variedade de árvores no leito ciliar. Existem ainda grandes poços e matas fechadas onde podem ser realizadas caminhadas e passeios ecológicos, muito comuns em nossos dias. O Córrego nasce acima da BR-153, corta parte da cidade e deságua no rio Gurupi.

O rio Gurupi também é um belo manancial. Formado pelas junções do Córrego Pouso do Meio e Água Franca, ele é o segundo maior manancial do município em volume de água. O primeiro é o Rio Santo Antônio. O Rio Gurupi fica distante cerca de 15 quilômetros da cidade e pode ser acessado por estradas municipais. A principal delas é na saída para o Peixe, no entroncamento Trevo da Larguinha, seguindo pela GUR-21. O Rio possui extensa vegetação em suas margens e pode ser percorrido em grande parte, oferecendo belos locais para banhos e caminhadas. A pesca predatória tem sido muito intensa naquele manancial, conforme dados das autoridades ambientais. Há, também, enormes clareiras, devido aos constantes acampamentos. Vários proprietários fazem as cercas chegarem até as margens do rio, para obrigar autorização de acesso.

Um outro rio importante no município é o Santo Antônio, que atua como limite territorial de Gurupi numa extensão de quase 50 quilômetros. É um rio médio e bastante visitado, principalmente por pescadores. Tem uma vegetação exuberante e nele vivem muitos peixes. Durante o verão suas águas se tornam mais rasas e algumas pequenas praias se destacam em suas margens, o que propicia acampamentos muito agradáveis. Pode-se chegar ao rio Santo Antônio após rodar 30 quilômetros na rodovia asfaltada que leva à cidade de Peixe (TO-280). Há acessos também entrando pelo trevo da Larguinha, seguindo pela GUR-21.

Ainda nos mananciais que o município possui, a equipe constatou a bela represa que atualmente serve de reservatório para abastecer a cidade. O lago é formado pelo represamento do córrego Bananal e possui cerca de 200 hectares, formando uma bela paisagem, distante cerca de 10 quilômetros de Gurupi. O acesso é pela GUR-32, saindo pela rua lateral à Vila São José. O lago é fechado para banho e para a pesca, mas conferir o belo pôr do sol com os raios refletidos na água é uma boa pedida.

O córrego Mato do Gado também é um pequeno córrego que abastece o rio Gurupi. Na chácara do Luizinho, próximo ao setor Vila Nova, existe uma represa que é aberta para a visitação pública. Vale a pena dar uma esticada no fim de semana e visitar o local. Tem serviço de bar e praia artificial.

Pois bem, água e mais água. A equipe técnica foi adiante e conheceu ainda o caudaloso e majestoso rio Tocantins em seu trecho que faz a divisa de Gurupi com o município de Peixe. Ainda é o trecho do rio que não foi afetado pelos lagos formados pelas hidrelétricas. Futuramente deverá estar coberto pelo lago da futura Usina de Ipueiras. Dois acessos são possíveis para chegar até suas margens. Um acesso pode ser feito pela GUR-21 saindo pela TO-280 (Peixe), entrando no trevo próximo a subestação de Furnas. Dali até a margem do rio são 80 quilômetros, passando pelo povoado Trevo do Tocantins, onde você pode dar uma parada para um descanso.

O Trevo do Tocantins, também conhecido como Trevo da Praia, é um pequeno povoado com cerca de 200 habitantes. Os moradores são hospitaleiros e conversando com eles você vai conhecer com mais profundidade a região. Um outro acesso é pela TO-365, saindo pelo Parque Agroindustrial de Gurupi, e a distância é a mesma: 80 quilômetros, passando também pelo Trevo do Tocantins.
No período que vai de julho a setembro é possível encontrar praias em suas margens e é um excelente programa para descanso. É um percurso mais demorado e que exige um tempo maior para a viagem. Nada que um fim de semana inteiro de prazer e aventura não resolva!

Algumas outras localidade que foram visitadas e levantadas pela equipe já possuem atividades e estrutura para visitação. É o caso dos chamados pesque e pague. Na TO-374, batizada de Juarez Moreira e que leva a Dueré, existe o Pesque Pague Tambaqui de propriedade de Anísio Inácio dos Reis, que possui vários tanques com espécies nativas (piaus, surubins, pacús) e espécies exóticas (tambaqui e tambacú). O local possui uma boa estrutura com bar e restaurante onde você pode saborear o peixe feito na hora. O Pesque e Pague Saracura está situado na GUR-21, saindo pelo BR-242 e entrando no trevo da Larguinha, distante cerca de oito quilômetros da cidade. Lá existem também vários tanques abastecidos com peixes que você pode pescar e pagar o peso pescado.

Pela TO-280, cerca de 10 quilômetros de Gurupi, a equipe encontrou o Recanto Turístico. É uma represa artificial com cerca de 40 hectares e que possui uma estrutura de visitação turística em sua margem com bar, restaurante e sombreiros. Atualmente nos fins de semana é freqüentada por banhistas e praticantes de Jetsky. O local possui uma bela paisagem.

AS MATAS DE GURUPI
Gurupi ainda possui uma imensa variedade de vegetação, apesar do grande desmatamento que foi realizado na região nas décadas passadas. É o que constatou a equipe técnica em suas visitas. Ainda existem muitas reservas da mata nativa e do cerrado que cobrem o território gurupiense.

Gurupi possuía uma das maiores matas fechadas da região. Grande parte destas matas foi derrubada para pastagens de gado. Atualmente começam a ser abertas lavouras para o plantio de cana para a produção de etanol, mas é ainda é possível conhecer algumas reservas intactas. Na TO-280 na altura do Jaó Leilões, cerca de 10 quilômetros da cidade, existem cerca de 200 hectares de mata intacta onde se abrigam inúmeras espécies de animais silvestres como tatus, veados e macacos. O local é preservado pelos proprietários, mas há uma forte agressão por parte de caçadores. A proximidade com a cidade e a falta de guarda florestal facilita a degradação da mata. Com autorização dos donos é possível explorar a mata através de trilhas internas, mas é preciso conhecimento e experiência neste tipo de visitação.

Saindo pela GUR-21 que passa pelo Assentamento Vale Verde é possível conhecer ainda muitas reservas da mata nativa do Gurupi, como era chamada. Vários córregos cortam a região e é uma boa pedida para fazer um passeio de fim de semana.
Estas reservas ainda estão sendo levantadas pela equipe técnica e para algumas delas será proposta a transformação em Áreas Permanente de Preservação Ambiental.

SERRAS
E se você pensa que Gurupi não possui montanhas, se enganou. Tem a Serra de Santo Antônio, situada em quase sua totalidade em território gurupiense. Ela se encontra a oeste da cidade. Do ponto mais alto de Gurupi, após o setor Sol Nascente, dá para visualizar a Serra a oeste e ao longe.

Uma vegetação exuberante cobre a Serra. Nos meses de agosto e setembro é muito grande a oferta de caju do campo, mangaba, pequi e outras frutas silvestres. Pequenos animais como raposa, cutia e tatu habitam a serra. O grande desafio são as queimadas nos meses de estiagem. A proposta é que se transforme toda a área da serra em APA – Área de Proteção Ambiental para poder preservar seu ecossistema. Alguns córregos nascem de suas entranhas, mas não foram encontradas cachoeiras de grande expressão. De qualquer forma, o local é propício para quem tem espírito de aventura e gosta da prática do montanhismo e exploração.

Um ponto que chamou atenção da equipe foi o morro situado no setor Vale do Sol, próximo ao setor aeroporto em Gurupi. De cima do morro é possível visualizar toda a cidade e a noite a visão é muito bonita. O local também é objeto de estudo para garantir áreas de futuras visitações públicas.

PARTICIPAÇÃO
Os pesquisadores estão registrando em fotografia as localidades aqui mencionadas. As atividades da equipe de trabalho desse tema no Plano Diretor continuam, e está com término previsto para o fim deste mês.

É muito importante saber que toda esta temática está sendo estudada e levantada para que se possa efetuar um planejamento adequado e que sirva de referência para os futuros gestores e para toda comunidade. Os nossos recursos naturais existem e devem ser explorados através de uma política de desenvolvimento sustentável.
A participação da comunidade nas oficinas e nas audiências públicas para elaboração do Plano Diretor, que irão ocorrer a partir do final deste mês, é muito importante para a elaboração de regras claras para o município.

Fonte: Jornal Cocktail, edição de 12/05/2007

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