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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poeta José Ribamar dos Santos participa de antologia nacional


Com o soneto “Sede da Flor’, o poeta tocantinense, José Ribamar dos Santos, obteve Menção Honrosa no Concurso Nacional “Emoções em Prosa & Verso”, promovido pelas Edições Alba e que contou com o apoio da Academia Varginense de Letras, Artes e Ciências, da cidade de Varginha, MG.

Ao todo foram inscritos nesse certame literário, 392 textos de autores de 19 Estados e do Distrito Federal, sendo que a comissão julgadora selecionou 55 que integram, agora, a antologia intitulada de “Emoções em Prosa & Verso”e que foi lançada no final do ano passado.

PERFIL DO AUTOR
José Ribamar dos Santos é nasceu em Dueré (TO), mas reside em Gurupi, onde trabalha na Secretaria Municipal de Cultura. O poeta é titular da Academia Gurupiense de Letras, onde ocupa a Cadeira de nº 01. Sua estréia oficial no mundo das letras aconteceu em meados de 1998, quando teve trabalhos publicados no "Anuário de Poetas e Escritores de Gurupi". Também participou das edições de 1999, 2000 e 2004. Seu primeiro livro individual "A Rosa de Ouro & Outros Poemas", foi publicado em 2003. Nesse mesmo ano integrou as antologias "Anuário de Escritores", "Talentos de um novo tempo" e "Diário do Escritor". Participou, ainda, das antologias literárias "Palavras de Amor" e "Prêmio Anchieta de Poesia", ambas em 2000. Já em 2001, participou da antologia "E por falar em amor...". Em 2002, foi alvo de substanciosa matéria publicada na revista “Almanaque Cultural do Tocantins", órgão de divulgação da Fundação Cultural do Tocantins. Em 2004, teve trabalhos publicados na antologia "Além das palavras" e publicou o seu segundo livro individual de poemas, intitulado "Alma de Penas". Em 2006 participou das antologias “Amar é tão bom" e conquistou menção honrosa no IX Prêmio Missões, do Rio Grande do Sul, tendo participado de uma antologia reunindo os trabalhos que mais se destacaram nesse prêmio. Em 2008 participou da “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos” – Volume 31, lançada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE), do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Resenha do livro "Histórias da História de Gurupi"



Obra: Histórias da História de Gurupi
Gênero: Crônica
Autor: Zacarias Martins
Resenhista: Sidiêda Rejane B. Tavares


Credenciais do Autor:


Zacarias Martins (nome literário de Zacarias Gomes Martins), nasceu em Belém do Pará, 23 de julho de 1957. Reside em Gurupi, no estado de Tocantins desde 1983.

É um dos principais poetas contemporâneos do Estado do Tocantins. Além de poeta é jornalista e ativista cultural e integra o Conselho Municipal de Cultura de Gurupi. Autor de seis livros de poesias, além de participação em várias antologias literárias pelo Brasil afora. É ainda co-fundador da Academia Gurupiense de Letras. Participou da fundação da Academia Tocantinense de Letras, onde ocupa a cadeira 21.

Militante no jornalismo, Zacarias Martins foi editor de Perfil (a primeira revista informativa do Tocantins - 1989) e correspondente de vários jornais, entre os quais, O Progresso (Araguaína - TO), Diário Tocantinense (Palmas - TO), O Jornal (Palmas), Cinco de Outubro (Goiânia-GO). Em Gurupi (TO), foi repórter da Folha do Tocantins, Gazeta Esportiva do Tocantins e A Notícia. Atualmente é articulista do jornal Cocktail (de Gurupi), tendo participado de sua fundação em 1990 e até hoje mantém a coluna semanal Pinga-Fogo. Também é repórter da Revista Destak e do Jornal Real, ambos de Gurupi e colunista dos sites www.gurupionline.com.br e www.tocantinsnoticia.com. É Assessor de Imprensa do Hospital Regional de Gurupi (TO), bem como, Diretor-Secretário da Associação dos Cronistas Esportivos do Tocantins (ACETO). Escreve ainda no blog www.zacamartins.wordpress.com.

Sua produção literária divide-se em: poesia e prosa. Seus livros de poesias são: Transas do Coração (1978); O Poeta de Belém (1979); Poetar (1980); O Profeta da Felicidade (1984); Vox Versus (1986); Pinga-Fogo (2004). Na prosa ele escreveu Histórias da História de Gurupi (2008).

Estilo Literário de Época


Autor contemporâneo, Zacarias Martins destaca-se pela produção de uma literatura de caráter popular e ao mesmo tempo humorada, que cativa o leitor sem ter, no entanto, a preocupação de se prender a estilos ou conceitos pré-estabelecidos na criação literária.

O Gênero Crônica:


Crônica é uma narração. Uma história curta. É um gênero literário produzido para livros, jornais, internet, entre outros veículos de comunicação. Crônica tem como mote o cotidiano. É derivada do latim ‘chronica’ – antes mesmo da era cristã significava ‘relato de acontecimentos em ordem cronológica’. Simplificando: seria um breve registro de eventos.

A crônica tem a função de divertir o leitor, mas também de aprofundar a notícia e mostrar a relação entre os fatos e as pessoas, provocando catarses, superando a realidade limitativa e sufocante. Para isso o cronista instiga o leitor à reflexão e o ensina a ver mais longe, além dos fatos. Cabe ao cronista, assumir a indignação do leitor e, muitas vezes, falar por ele.

O cronista é aquele que capta breves momentos que compõem a condição humana, fatos irrisórios ou imagens pitorescas. Ele ouve conversas, recolhe frases, observa pessoas e registra situações, flagrantes de esquina e do cotidiano; as palavras de uma criança, incidentes domésticos e coisas que acontecem nas ruas. Lida com acontecimentos corriqueiros ou inusitados e com fatos do noticiário. Cabe ao cronista mostrar ao leitor aquilo que só ele vê nas entrelinhas do fato. Normalmente, parte de situações particulares que funcionam como metáforas de situações universais. A experiência pessoal é o ponto de partida para acessar verdades maiores. Em alguns casos pode abordar diversos assuntos numa mesma crônica, desde que haja uma linha central de raciocínio, que permita ao escritor, no final, amarrar as matérias que escolheu. Assim, o cronista pode falar sobre atualidades em geral ou eleger focos determinados.
Quanto aos temas abordados, a crônica é democrática, mas há matérias que não cabem neste gênero.

Uma matéria característica da crônica é a vida nas grandes cidades, suas peculiaridades e contradições; normalmente como um contraponto à vida mais tranqüila e natural do interior. Como é o caso das crônicas de Zacarias Martins - ele desenha um painel da vida urbana e a relação do morador com sua cidade. Retrata o modo de vida do espaço em que vive como testemunha de seu tempo.
Embora tenha como ponto de partida uma determinada região, a crônica não é um gênero exclusivamente regional. O regionalismo funciona apenas como meio de acesso à universalidade.

Em relação às crônicas de Zacarias Martins, elas são ambíguas, como é natureza da crônica, começa no jornalismo, nas colunas e artigos opinativos, como um gênero não-ficcional. Tornou-se literatura à medida que superou seus limites e alcançou a ficção. Para isso o cronista acrescentou emoção, poesia e uma preocupação estética diferente da reportagem, ao fato que virou (ou não) notícia. Com a narrativa poética criou climas envolventes para falar desses fatos corriqueiros do dia-a-dia e dos assuntos do noticiário.

Conhecimento da obra

Histórias da História de Gurupi, de Zacarias Martins, reúne 11 crônicas sobre o cotidiano da cidade de Gurupi - TO. Estas crônicas ressaltam os problemas urbanos, Sociopolíticos, administrativos e culturais.

O autor utiliza-se de fatos cotidianos e atos populares e, consequentemente, os lugares-comuns são usados pelo cronista de modo criativo, parodiando os acontecimentos e aplicando-o de forma que seus significados, dentro e fora do contexto, tornem-se adequados ao texto humorístico. Isso cria passagens cômicas e aproxima o leitor comum que normalmente conhece e identifica-se com a frase usada pelo autor. Pois o humor é característica própria de Zacarias Martins.

Apesar dos acontecimentos apresentados na obra, Zacarias deixa transparecer em sua obra que a cidade de Gurupi ainda goza de uma vida pacata e harmonizada com a natureza.


Linguagem:


A linguagem predominante nas crônicas de Zacarias Martins é coloquial, como cronista do cotidiano privilegia o despojamento verbal. Muitas vezes rompe com os padrões linguísticos, desrespeita a norma culta e usa gírias, imprimindo um ritmo de bate-papo, de “conversa-fiada” à narrativa.

Nestas crônicas o autor apresenta linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique como cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.
No entanto, esta simplicidade na linguagem não exclui a preocupação estética, Zacarias faz uma construção muito bem cuidada, que se aproxima mais da formalidade literária. As entrelinhas, a poética, o poema em prosa e o ritmo da narrativa, tornam-se marcas suas. O cronista constrói frases de forma artesanal, escolhendo com cuidado as palavras e seus significados, criando frases de efeito, valendo-se de metáforas inteligentes e figuras de linguagem.



Foco Narrativo:

As crônicas deste livro, em sua maioria são narradas em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista.

Quatro crônicas (O Defuntódromo, Onde é que fica?, Cadê a bomba? e Tá Pensão... Do quê?) foram escritas em terceira pessoa, isto é, o narrador contas os fatos dos quais não participa, é um narrador observador onisciente – sabe tudo a respeito dos fatos e relata-os ao leitor.

Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o autor está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Nestas crônicas, o cronista parte de experiências próprias, fatos que testemunhou ou dos quais participou, sempre com um certo envolvimento.

Personagens:

As crônicas aqui estudadas trazem personagens colhidas do meio da sociedade gurupiense, por se tratar de fatos que realmente aconteceram na cidade. O autor optou por preservar a identidade das pessoas envolvidas nesses fatos.
Quando inventa uma personagem o cronista agrega ficção a fatos e pessoas reais, semelhantes a tantas outras que conhecemos, não é o caso das crônicas em questão.
Nestas crônicas, o autor dialoga com o leitor, consigo mesmo ou com personagens, através de perguntas lançadas ao ar. Essa forma de interatividade cria uma importante cumplicidade com o leitor. Em alguns casos há diálogos com a ausência do narrador, o que faz com que a crônica aproxime-se bastante do formato do conto. Nas crônicas de Zacarias Martins, a idéia de diálogo é constante, como forma de interação com o leitor e para manter um formato que se aproxime do bate-papo, uma característica marcante do gênero.

O autor utiliza diversos recursos para criar cumplicidade com o leitor, trazendo à tona lembranças de fatos comuns a muitas pessoas e temas universais, mesmo que contidos em realidades particulares.

O Humor

O Humor é um recurso utilizado pelo autor para amenizar as denúncias e os absurdos vivenciados no dia-a-dia. Por meio do humor, o cronista mostra o ridículo da condição humana, da realidade urbana e do cotidiano do cidadão gurupiense. Algumas situações seriam realmente cômicas se não fossem trágicas. Através do humor, o autor expressa sua indignação, com ironia e até sarcasmo. O humor é refinado e a ironia inteligente, de forma que os textos não caíram na vulgaridade.

As crônicas de Zacarias Martins têm um discurso predominantemente leve, por isso o autor brinca com os fatos que elege como temas. Através do humor, ele busca a capacidade crítica do leitor enquanto o diverte, sem perder o caráter de leveza própria da crônica.


As Crônicas

I - Declaração de Amor a Gurupi

Gurupi é descrita como uma jovem senhora, porém, senhora do destino da vida de muitas pessoas que aqui chegaram, fincaram raízes, deram frutos e atualmente falam com orgulho sobre a paixão de ser gurupiense.
A jovem senhora está bem, não precisou de lipo, porém, há quem defenda a colocação de silicone em pontos estratégicos. Mas os apaixonados são míopes!
“Enxergar para quê?”
“... o melhor de Gurupi é a sua gente.”

O cronista buscou demonstrar que na cidade de Gurupi há, sim, problemas que precisam ser resolvidos, e que a maioria das pessoas que aqui moram preferem não ver, por consequência da miopia, reflexo do amor platônico que sentem.

II - Cultura Desemplacada
Esta crônica refere-se a uma herança cultural oriunda do estado de Goiás “cultura do desemplacamento” que os administradores (prefeitos) de todas as cidades colocam em prática a verdadeira caça as placas. Surgindo assim o desaparecimento misterioso de placas inaugurais de outras administrações.
A crítica formulada ressalta que esta prática traz grandes prejuízos à história, uma vez que os seus registros se perdem como “cachorros que caem de cima de caminhão de mudança”.

E assim, surge uma cidade sem registro de sua história, sem passado, só com a presença das placas dos últimos 4 (quatro anos).

O texto mostra a falta de senso, má vontade e mesquinhez política por parte de muitos administradores que não respeitam o trabalho realizado por seus antecessores.

III - Repudiado com muito Respeito
Esta crônica relata que na Câmara Municipal de Gurupi foi aprovada uma Moção de Repúdio, nº 040/99, sendo que, os vereadores encaminharam ao repudiado um ofício, em que constavam expressões respeitosas para comunicar tal fato, como “Prezado Senhor”.
O excesso de etiqueta levou a Câmara Municipal a educadamente cumprimentar o repudiado.

Com tudo isso, em 2008, o então repudiado, Jonas Barros, conhecido como Cancão, lançou candidatura a vereador e foi eleito com 1004 votos.

IV - Sua Excelência, o Muro!
O texto relata que Gurupi, “capital da amizade”, foi atingida por uma praga conhecida como síndrome do muro, obra arquitetônica, que vem contradizer o seu lema.
Segundo o autor, bons tempos foram aqueles, em que não havia a modamania do momento, que não se limita a processos de segurança, mas no caprichar, uma vez que, se tornou sinal de status, mesmo que a casa não seja uma mansão!
“-Viva ao muro!”

As despretensiosas considerações do autor vêm demonstrar que o que prevalece é a questão do status, da primeira aparência, mesmo que por detrás a realidade seja outra.

V - O Defuntódromo
Este capítulo retrata uma prática “cultural” de velar mortos no Centro Cultural Mauro Cunha, lembrando que este espaço é destinado à cultura e às artes, entretanto, sua destinação é desvirtuada e suas atividades paralisadas, para se tornar, assim, capela mortuária e obtendo a forma de defuntódromo.

O cronista faz uma analogia de que cultura é arte e arte é vida, portanto, deve-se lutar pela desdefuntização do Centro Cultural Mauro Cunha, a menos que seja um velório artístico, alegre, descontraído e com direito a aplausos. Caso contrário, que seja construído um local apropriado para velar os mortos ilustres da cidade.
Diz o autor que esse mesmo centro cultural foi utilizado muitas vezes como local de velórios. Ele não poupa críticas:
“A transformação improvisada do Centro Cultural Mauro Cunha em capela mortuária paralisava todas as atividades culturais ali realizadas, até mesmo o funcionamento da Biblioteca Pública Municipal Professora Deusina.”

VI - Onde é que fica?
A crônica defende que é certo afirmar que quantidade não é sinônimo de qualidade. Assim, é notório o expressivo número de projetos de lei mudando a denominação de ruas, avenidas, praças, postos de saúde e outros logradouros públicos em Gurupi, mudanças estas que não foram assimiladas pela sociedade. As saudosas homenagens ficam apenas em uma placa imperceptível no logradouro público.
Assim, não querendo desmerecer as homenagens às figuras ilustres, é necessário que o Poder Legislativo estabeleça outras prioridades e que a qualidade prevaleça sobre a quantidade.

VII - De Mutuca e de Louco...
O autor faz referência a um conhecido parque da cidade que foi denominado: Parque Mutuca. Apesar do seu nome, não é possível encontrar nenhuma mutuca, só casais de namorados de mutuca, curtindo romance. O nome do parque não faz referência aos bichos, tanto que, há quem sugira a construção de um monumento, em homenagem à mutuca, para que as gerações futuras possam ter noção do que seja mutuca.

Caso alguém presencie mutucas sobrevoando o parque, provavelmente haverá quem diga que sejam seres extraterrestres, pois ninguém nunca viu sequer uma mutuca no parque.

VIII - A Cavalgada do Créu


Considera-se nesta crônica que o saudosismo é o sentimento que há em relação ao tradicional evento que ocorre na cidade de Gurupi. A tão tradicional cavalgada.
Mas o modismo da sociedade modificou o tradicional para implantar o “sucesso do momento” (funk) com a “dança do créu”.

Cultura é uma manifestação que deve ser preservada sim!

O que se espera e que os organizadores tomem atitudes para coibir esta prática. Do contrário, a tradicional cavalgada, corre o risco de se transformar em um verdadeiro baile funk, com a perda de suas características.


IX - Cadê a Bomba?

Aqui é narrado um fato que intrigou a pacata “capital da amizade”, no circuito internacional da fama. A indústria do boato tomou conta, era divulgado que a cidade havia sido invadida por terroristas com a implantação de uma bomba na agência da Caixa Econômica Federal.
Realizaram-se buscas em todos os cantos e não encontraram nada, a não ser uma caixa com uma bomba d’água, que havia sido esquecida por um correntista e que o mesmo ligara para avisar.:

“Senhor gerente, deixei uma bomba aí na sua agência!”
A conclusão do fato deixou a população indignada, visto que tudo não passou de um equívoco, eliminando a oportunidade de ser notícia no Jornal Nacional. Conta o autor que, certa vez, a cidade sofreu uma ameaça de bomba. Suspeitaram até mesmo de Osama Bin Laden. Logo constataram que a ameaça era real, mas ela vinha de uma bomba d’água esquecida sobre a mesa de uma agência da bancária!

X - Tá Pensão...do Quê?


O cronista utiliza o humor para relatar uma prática comum entre os vereadores que se utilizam da função pública para aprovar projetos de pensão vitalícia para viúvas de ex-vereadores falecidos.

As esposas, bastante motivadas já pensavam em uma possível fatalidade e citam exemplos de cidades do interior de Minas em que misteriosamente, nove dos dez parlamentares morreram, salvo o presidente da casa, que por coincidência, era solteiro.

Critica-se então, o uso da função pública em benefício particular, com elaboração de leis que utilizam o dinheiro dos contribuintes de forma errônea.
O cronista ainda alerta os ocupantes do Poder Legislativo para terem mais cuidado ao sair elaborando leis, pois, como diz o ditado popular: “O feitiço pode se virar contra o feiticeiro.”

XI – Peripécias de Toim Ceguim


Conta-se no texto que numa sessão para homenagear cidadãos gurupienses e com presença de autoridades o então presidente da casa, convidou Antonio Sales Coutinho, conhecido como Toim Ceguim, para ler um texto bíblico.

A surpresa tomou conta de todos os presentes, pois Toim abriu a bíblia e leu o texto, com boa fluência verbal, mesmo sendo deficiente visual.
Fica dito então que além de bom ator e orador, Toim enxerga longe e que pessoas portadoras de necessidades especiais podem sim desenvolver com êxito diversas atividades.

Comentário crítico

Este livro, destinado ao público estudantil das escolas e universidades, é uma seleção das crônicas publicadas na obra Histórias da História de Gurupi. Nas crônicas de Zacarias Martins estão heróis anônimos, os grandes e os pequenos gestos, o cotidiano da cidade de Gurupi, ambientes onde transitam a maioria dos habitantes desta cidade. Um universo ao mesmo tempo rico e banal, onde Zacarias inspirou-se para criar as crônicas deste livro.

As histórias narradas nestas crônicas trazem episódios, incidentes, reflexões, encontros e desencontros vividos pela população de Gurupi e registrados por Zacarias Martins. Sob a aparente singeleza transparecem a sensibilidade, o humor, a ironia e, às vezes, o espírito satírico, mas, sobretudo, a simpatia do autor pela natureza humana.

Zacarias expressou de forma exemplar o seu pensamento e os arranhões à sua sensibilidade, as suas perplexidades e revoltas diante dos desatinos humanos e do desconforto da sociedade gurupiense. Mas também os seus sonhos de uma cidade mais civilizada e de melhores condições de moradia.

No entanto, os textos se diferenciam um do outro pelo toque particular dado pelo autor. Ele insere em seu texto elementos como ficção, fantasia e humor crítico. Assim, percebe-se que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura.

BIBLIOGRAFIA
MARTINS, Zacarias. Histórias da História de Gurupi. Gurupi: Edições AGL, 2008.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Josette Lassance com nova obra na praça




Uma coletânea reunindo 15 de contos urbanos lançada em novembro do ano passado, ‘Os 5 Felizes’ , (Editora Paka-Tatu), a que tudo indica, veio à lume para consolidar o gênero conto na produção literária da escritora paraense Josette Lassance.



De acordo com a poeta e professora de literatura Karina Jucá, que assina o prefácio da obra, Josette assenta sua lente hiperbólica em cenários não decorativos, onde objetos podem ser, por exemplo, símbolos-fetiche: carros, um trem, um prédio, borboletas. Além do mais, outras imagens podem vir de lembranças reinventadas da infância, que se misturam à Memória de Belém do Pará, nostálgica, sempre áurea e decadente. Um paradoxo arraigado no inconsciente coletivo da cidade. A cidade natal, no entanto, é vista da perspectiva do crítico e do voyeur, distante de regionalismos, visão que brinca com os estereótipos de cidade sentimental, de herança estética afrancesada (como o próprio nome de batismo da escritora), e até mesmo provoca escatologia (Enigmas Fotográficos, Noites de Marfim, A Última Chuva em Belém, respectivamente).

Conheci Josette quando ainda éramos ainda adolescentes e morávamos no Bairro do Marco, em Belém. Trocamos experiências poéticas e, juntos, promovemos a 1ª Chuva de Poesias do Pará, em 1979. Desde aquela época, ela já se mostrava uma escritora multifacetada e que por isso mesmo, teve grande influência na minha vida literária. E como diz Olga Savary: “Com a intensidade de sua esperança, Josette Lassance move-se entre a poesia e o conto. Tal intensidade projeta seu texto entre luz e sombra, entre choque e sedução…”

SOBRE A AUTORA
Josette Lassance nasceu em Belém do Pará em 1962. Graduou-se em História e Artes Visuais, e é pós-graduada em Artes. Participou de várias publicações em revistas como: Fundo de Gaveta, Belém/PA (1982); Poesia do Grão Pará, Rio de Janeiro/RJ (2001); Carlegarius (2002); Revista Viva Vaia, Porto Alegre/RS (2003); Revista de Literatura Brasileira, Rio de Janeiro/RJ (2003); Pará Zero-Zero, Belém/PA (2004) entre outras. Nos últimos anos fez parte do Projeto Quarentena de Arte “Açúcar Invertido”, Funarte – RJ (2002); Projeto Circuito Amazônia Celular de Cultura (2003); 49ª Feira do Livro de Porto Alegre (2004). Possui publicados "Vida de Bruxa" – Poemas (1992) "Os Gatos Nus Passeiam sobre os Telhados Sujos" - Contos (1994) "Galeria dos Maus" – Poemas e Contos (1999), "Prazer Clandestino" (Cartões Fotográficos de Poesia 2001) "O Prédio" – Contos (2002).

ANTOLOGIAS
- No Último Desejo a Carne é Fria – Coletânea com outros autores (Olga Savary, Israel Guttemberg, Carlos Correa 2007)).
- Fundo de Gaveta, 1992.
- Glóbulos Negros (III Concurso de Poesias – UFPa), 1995.
- Del Secchi (Volumes V, VI e VII – RJ, 1996, 97, 98)
- Di Letteratura Contemporânea Multilíngue Planetaria – Trento, Itália, 1997.
- Estigmasia (Grupo Mosaico) – Marabá-PA, 1998.
- Em versos (Vol.14 – Movimento Poético de SP), 1997.
- Castro Alves (Prêmio de Edição) – RJ, 1998.
- Dicionário Biobibliográfico de Escritores Brasileiros Contemporâneos – Terezina – PI, 1998.
- Coletânea 4º Concurso de Literatura – Fundação Cultural de Canoas, RS, 1998.
- 2º Encontro de Escritores – Roque Conzales, RS, 1999.
- Dicionário das Mulheres – Porto Alegre, RS, 1999

PRÊMIOS

1º Lugar Concurso Literário “Chuva de Arte Amazônica”, Belém do Pará, 1981.
2º Lugar Prêmio Literário “II Concurso Internacional de Prosa e Verso de Ponta Grossa”, PR, 1999.

MENÇÕES HONROSAS

Banpararte, Belém do Pará, 1989.
VII Concurso de Contos de Jacarezinho, PR, 1992.
Concurso de Contos da Paraíba, 1993.
Concurso Nacional “Onde está o Poeta?”, Ed.Hebraica, RJ, 1993.
4º Concurso de Literatura Fundação Cultural de Canoas, RS, 1998.
XII Concurso de Jacarezinho, PR, 1998.